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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Estágios da reprovação de uma campanha.

Quando uma campanha ou peça não é aprovada, o criativo passa pelos seguintes estágios:

  1. Negação e Isolamento: "Isso não pode estar acontecendo. Não acredito."
  2. Cólera (Raiva): "Por que eu? Não é justo."
  3. Negociação: "Apresente o anúncio, vai que o cara gosta. Se não aprovar, criamos outros"
  4. Depressão: "Estou tão triste. Por que se preocupar com qualquer coisa?"
  5. Aceitação: "Tudo vai acabar bem."

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

SUÍTE DO QUELEMEU


"vamo dançar tudo nu, tudo nu
tudo com o dedo no cu, menos eu
tudo com a bunda de fora, é agora
você disse que dava e num deu

espora no pé tá tinindo, tá tinindo
pica no cu tá sumindo, tá sumindo
larga seu marido mulher
e vem fuder mais eu
teu marido é bom, muié
mas não é cuma eu

a foda é boa é de madrugada
de manhã cedo não vale nada
a pica tá dura que tá danada
ela entra enxuta e sai molhada

mas a muié do cumpade Mané Pedro
tem cabelo no cu de dá medo
ela chorava, ela gemia
era o cabelo do bicho que doía

pisei um milho de nome sapucaia
o bicho que mata homi
mora debaixo da saia
peguei ele no meio, ai, ai
adonde a pica trabaia

você disse que dava e não deu
manda pra cá esse cu, quelemeu."

Quem é quem...

Dilma está na encruzilhada; a popularidade de Lula já foi transferida, e agora o embate será de biografias

O PT NÃO gosta de ser atacado.
...Na verdade, hostiliza quem o ataca. Tem enorme dificuldade de conviver com a crítica. Imagina ser o proprietário de um pensamento único, algo como o velho centralismo democrático leninista. Quem for contrário deve se calar. Seus dirigentes acabaram se acostumando com uma oposição pouco atuante. Que passou os últimos oito anos quase que em silêncio, temendo o debate, acreditando piamente nos índices de popularidade do presidente.
No início da campanha eleitoral o quadro se manteve inalterado. Lula foi desferindo na oposição golpes e mais golpes. Não encontrou respostas à altura. Dedicando-se plenamente à campanha -que é o que efetivamente gosta- fez política 24 horas por dia. Transformou o Palácio da Alvorada no comitê central da candidatura Dilma. Não temeu alguma reprimenda do TSE, pois sabe com quem está lidando. Abandonou a rotina administrativa e concentrou-se na campanha. Desferiu ataques aos adversários como se fosse um líder partidário e não um chefe de Estado.
A oposição assistiu a tudo sem saber bem o que fazer. Temia enfrentar o rolo compressor do PT.
Quando, finalmente, resolveu partir para o embate, viu que o adversário era um tigre de papel. O eleitorado estava aguardando alguma reação. E o resultado de 3 de outubro não deixou dúvida: a maioria estava com a oposição, claro que em um universo dos mais diferentes matizes.
A derrota do primeiro turno transtornou os dirigentes do oficialismo. Consideravam a eleição ganha. Tinham até preparado a festa da vitória. Imputaram a culpa à oposição, que tinha denunciado escândalos, e mostrado as vacilações e contradições da candidata oficial. Era o mínimo que a oposição poderia fazer, mas para o PT foi considerado algo intolerável.
Agora chegamos à etapa final da campanha. Dilma jogou fora o figurino utilizado nos últimos meses. No debate da Band assumiu uma postura agressiva e que deve manter até o dia 31. A empáfia foi substituída pelas ameaças. O arsenal foi acrescido de armas já usadas em 2006, como a privatização. Sinal de desespero, pois o cenário é distinto e os personagens também. E deve fracassar.
Dilma está numa encruzilhada. A popularidade de Lula já foi transferida. Seus principais aliados regionais foram eleitos e dificilmente farão sua campanha com o mesmo empenho do primeiro turno. O PMDB não assimilou as derrotas do Rio Grande do Sul, da Bahia e, principalmente, de Minas Gerais. E, numa eleição solteira, o embate será de biografias.

MARCO ANTONIO VILLA é professor do Departamento de Ciências Sociais da UFSCar